Google x Facebook: Mundo de Círculos
As portas se abrem, mas tem sempre alguém querendo ser o dono das chaves. É impressionante como o ser humano consegue construir processos, plataformas, caminhos para o seu desenvolvimento, seu progresso, e ao mesmo tempo desregula, esfarela, transforma em cinzas algumas coisas que são fundamentais para melhorar, aprimorar esse desenvolvimento. A internet e sua disposição para tornar distâncias menores e distribuir informação, gerar conhecimento, aproximar e fomentar culturas e projetos já atravessa por questionamentos e desconfianças com relação a essas atitudes de persistência do controle. E isso tomou dimensões maiores com a atual luta da hegemonia sócio-digital entre Google e Facebook. Tudo por conta de quem consegue produzir mais círculos.
FACEBOOK X GOOGLE
Uma definição básica e que resume. Círculo quer dizer partir de um ponto e voltar a ele por outro caminho ou ducto. Desse ponto - não volte! -, já dá para perceber que, enquanto trouxerem programações e estruturas que não estão dispostas a fazer parte de avaliações colaborativas, de ideias que podem ser multi-elaboradas, ficaremos sempre ultrapassando barreiras e dando volta para pulá-las novamente. O que o Google propõe com o Google+ e o Facebook com os "ataques" um com o outro (bloqueio da publicidade, lançamentos de ferramentas e produtos que perpetuam a concorrência) - ambos com interesses em possuírem diferenciais e não a convergência - é colocar em cheque tudo que a web e mundo 2.0 trouxe até agora: mais voz e vez, hipertextualidade, interação, possibilidades contínuas.
TWEET SOBRE FACEBOOK
Assim, começamos a pensar que as Redes Sociais online, uma oportunidade de diminuirmos nossas lacunas e tornarmos mais forte e amplo nosso desenvolvimento social, realmente não são só o reflexo da vida offline, como também a representação de todo seu modelo estático, burocrático e separador em muitos momentos criticados por nós. É necessário que se preste mais atenção em não criar redes para circularmos e pararmos ou destruirmos o lugar onde paramos. Aliás, Eli Pariser é, sem dúvida, um dos grandes pensadores sobre essa defesa do não-círculo, da construção de uma não permanência do ciclo de interesses e informações. Diretor Executivo da MovenOn.org , Eli desenvolveu o conceito do The Filter Bubble: What The Internet is Hiding From You (nome do seu livro), que relata como as ferramentas de busca estão filtrando informações que julgam ser relevantes para cada um de nós (veja o vídeo dele abaixo no TedTalks 2011).
Assim como Augusto de Franco, outro grande pensador brasileiro sobre Redes, que trouxe grandes reflexões na sua palestra no TEDxCuritiba intitulada Desobedeça, finalizo este "pitaco" trazendo uma reflexão: é mesmo sua vontade continuar vivendo em bolhas e círculos? Vai desobedecer? Provoquei?
Até a próxima!Tags::
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