A contribuição política das mídias sociais
Há quase duas semana atrás, o sociólogo e presidente da República entre 1995 a 2003, Fernando Henrique Cardoso, escreveu um artigo na revista digital Interesse Nacional intitulado "O papel da Oposição". Dentre muitas afirmações e manifestações sobre - claro! - os caminhos que os partidos de oposição traçaram e devem traçar daqui por diante, o que me chamou mais atenção foi a relevância apontada para o papel que as novas mídias tem de politizar a sociedade atualmente. Dar importância ao fato da conectividade na internet pelas redes sociais on-line e tentar alcançar esse público com organização política para debater temas de interesse da população é perceber o grande valor que as mídias sociais possuem na comunicação e no relacionamento.
O PODER DAS MÍDIAS SOCIAIS
Para efeitos de qualquer dúvida: não estou apontando mais nada sobre o assunto, se não ao que venho discutir - o papel das mídias sociais. Reforçarei a minha não-intenção política. Nas últimas eleições do Brasil, as mídias sociais foram utilizadas por todos os candidatos à presidência do país. O alcance, a abordagem e os resultados - dito por muitos da área de marketing - não foram suficientes para causar bons impactos, porém mencionar a boa interação com os internautas de Marina Silva através do seu blog e a promoção de um debate ao vivo pela Twitcam de José Serra podem sim ser considerados como o início da percepção dessa aproximação da política com a web. Aliás, antes disso, outros exemplos de informações e discussões políticas com os cidadãos pelo ciberespaço já haviam sido realizados e continuam até agora - a campanha de Barack Obama já virou mais que um case! Porém, é inevitável que se chame a atenção para esse artigo por conta de suas considerações que muitos - pelo menos nossos políticos - ainda não se deram conta: a internet é a plataforma da mensagem de todos x todos e por isso a sociabilidade para uma causa ou manifestação pode atingir grandes efeitos.
FHC - RELEVÂNCIA ÁS MÍDIAS SOCIAIS
"Pois bem, a imensa maioria destes grupos – sem excluir as camadas de trabalhadores urbanos já integrados ao mercado capitalista – está ausente do jogo político-partidário, mas não desconectada das redes de internet, Facebook, YouTube, Twitter, etc."
"No mundo contemporâneo este caminho não se constrói apenas por partidos políticos, nem se limita ao jogo institucional. Ele brota também da sociedade, de seus blogs, twitters, redes sociais, da mídia, das organizações da sociedade civil, enfim, é um processo coletivo."
Assim, deve-se entender que as grandes transformações passam também pela conexão das pessoas nestes novos meios de interação. Evidente que quando falamos de política ou ações políticas não é permitido esquecer o cotidiano presencial da sociedade, seus desejos, inquietudes, contrastes e dificuldades da vida. Contudo, perceber que muitos motivos das aspirações sociais estão presentes nesses canais, assim como escrevi anteriormente em um artigo que falava sobre os eventos on-line, é enxergar diálogo onde ele está funcionando para conscientizar, discutir, politizar e contribuir para o bem social. Concordas?
Até a próxima!
Até a próxima!
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Tags:: internet, meios de comunicação, mídias sociais
Como sociólogo, FHC tem a capacidade de pensar o momento de forma muito pertinente.
Para incentivar o debate, lanço algumas dúvidas sobre esse papel das mídias sociais: que espécie de segmento essa mídia atinge? Será que esse segmento terá a capacidade de criticar aquilo que é veiculado nas mídias sociais? Será que os grandes grupos corporativos migrarão para tais ferramentas?
Voltando ao FHC, prefiro o sociólogo.
Grande Fábio!
Bom, sua última pergunta possui até uma boa resposta. Há quase duas semanas atrás a empresa de Research em Marketing Digital TNS divulgou um infográfico sobre o perfil do Marketing Digital no Brasil das empresas. Mostra que ainda estamos engatinhando no assunto: http://bit.ly/g876cp
Com relação a sua primeira pergunta, existem muitas pesquisas que mais que afirmam a presença da classe C e D na internet - a última pesquisa do IBOPE Nielsen em 2010 sobre internet comprova isso.
Agora, sua pergunta mais importante é a segunda e é para isso que FHC chamou atenção! Resta aguardar. Como disse no post, iniciamos o marketing político no mundo digital. Mas por que não apostar numa plataforma que pode compartilhar tudo com tamanha facilidade? Válido?
Grande abraço e obrigado por comentar!