2010 e NÃO tivemos a eleição da internet

Fox Xavier | 19:10 | 1 comentários


O www passou a ser utilizado por pessoas ao redor do mundo na década de 80. O projeto militar é aberto ao público, nascia então esse veiculo de comunicação que conhecemos como Internet. Ao longo de sua curta trajetória a rede mundial de computadores ganhou a importância que detém atualmente. Se a grande imprensa abriu os olhos para a força da internet nos ataques terroristas de 11 de setembro, a política acompanhou seu divisor de águas durante a corrida presidencial que elegeu Barack Obama o primeiro presidente negro da nação mais poderosa do mundo. O grito de mudança ganhou força não pela manipulação da mídia ou por atos públicos, e sim, pelo forte investimento em mídias sociais que ajudavam a disseminar as propostas do candidato.

Essa eleição foi marcada pela corrida desenfreada na busca pelo título de “Barack Obama brasileiro” sem  que se houvesse a noção exata da estratégia utilizada pelo atual presidente dos Eua, forte investidor das mídias sociais, que a alimentou de virais como a Obama Girl, além de romper a mídia tradicional informando os eleitores no Twitter. 

Marina Silva, sem sombras de dúvidas, foi a candidata que melhor soube utilizar as plataformas digitais. Sua "Onda Verde" foi marcada pelo apoio recebido pelos jovens, que impulsionaram sua campanha. Já Plínio de Arruda, com poucos recursos, investiu forte nas transmissões pela Twitcam, mas não obteve nem 1% dos votos válidos.
Um país com cerca de 68 milhões de internautas e 135 milhões de eleitores tinha tudo para dar um show no uso da internet. Mas foi de uma infantilidade e falta de planejamento absurdo. Muitos divulgavam em seu microblog mensagens como: “veja nossa proposta de governo nesse link”, “confira nosso programa de televisão”.  O modo infantil e quase robótico no uso das plataformas se reflete em um pensamento ultrapassado de que as mensagens se propagam de forma natural na grande rede.

O único momento em que a internet teve uma relativa importância aconteceu no segundo turno, quando uma onda de boatos virtuais atingiram a campanha da candidata Dilma Rousseff. A resposta da rede, surgiu com a ajuda de um “pelotão anti-boataria” que se estendeu para o horário eleitoral gratuito. Mais uma vez, um assunto ultrapassava a barreira do ambiente virtual e o uso da militância petista foi crucial para a imagem da candidata.

Na contra-partida, José Serra intensificou o uso das redes sociais, voltou a se comunicar de forma mais espontânea com os internautas, chamou seus eleitores para campanhas que invadiram o microblog. E se colocou na posição de vítima em meio aos massivos ataques sofridos por ambos (quem vai esquecer do caso da bolinha de papel?). Sendo que os marketeiros desconhecem o fato da internet ser um veículo onde a mensagem é transmitida sem direito de resposta. Um caminho de ida e volta a diferencia dos demais veículos e exige uma abordagem diferenciada.

A interatividade foi algo inexistente nas mãos dos senhores engravatados. Seria tão simples se os candidatos utilizam-se o Formspringme como uma forma direta de responder as perguntas dos eleitores, seria tão eficiente manter canais do Youtube para apresentar os planos dos candidatos, seria tão simples, senhores candidatos, manter uma página do Facebook aberta a debates.  Mas o que esperar, se nem mesmo o blog do planalto é aberto a comentários?

Evidente que alguns vão tratar sim, essa eleição como a primeira da internet. Título que nego a conceder a um #fail sem tamanho. Ao meu ver, atitudes percussoras devem servir de bom exemplo, sem nada lamentável a se lembrar. Sempre há aqueles que enaltecem Adolf Hitler pelo bom uso da propaganda no seu ideal Nazista, ou derrepente, Osama Bin Laden por mostrar que os Estados Unidos não era um país tão inabalável, mesmo que, isso tenha custado milhares de vidas. 

Não me vejo nessa linha do “foi ruim, mas teve um lado positivo” e assim ficarei aqui, no aguardo de uma campanha bem desenvolvida no ambiente virtual, interativa e forte. Aí sim: Estufarei o peito para dizer. Essa foi a primeira eleição da internet! De vergonhoso, já basta a política exercida pelos senhores do poder.

_________________________________________________________________________________
Avatar FoxxavierFoxxavier é estudante de jornalismo do 6° período, carioca, viciado em tecnologia que se identifica com o L do anime Death Note. Blogueiro há cerca de 3 anos .

Tags::

1 comentários

  1. Anônimo says:

    Definiu bem. A utilização das redes sociais não só pelos politicos, mas pela empresas também é algo quase infantil. Até compreendo já que as mídias sociais são relativamente novas e cada uma cobra um modo de comunicação, um conteúdo diferenciado. Mas a velocidade da internet não perdoa e surge sempre a necessidade de se manter atualizado.

Deixe sua opinião, ela é muito importante.Venha "pitacar" você também!